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domingo, 23 de janeiro de 2011

A medida certa para seu corpo


Saiba o que muda com a (nova) padronização do vestuário


Poucas pessoas sabem o perímetro de seu quadril, tórax ou cintura. Mas, a partir dos próximos meses, esses indicadores serão essenciais para quem deseja renovar o guarda-roupa. As medidas do corpo estarão impressas na etiqueta da roupa, ao lado dos números (36, 38, 40 etc.) e das letras (P, M e G) que conhecemos. O novo padrão tem potencial para mudar radicalmente o comportamento de quem busca uma peça nas araras. Em vez de pedir uma calça pelo tamanho, basta informar as medidas do corpo: 1,70 metro e 95 centímetros de quadril.

“Adoro comprar roupas no Brasil, mas nunca sei que número pedir”, diz a estilista americana Vera Wang, conhecida por seus modernos vestidos de noiva. “Tenho roupas que variam do 36 ao 40.” O drama da estilista é o mesmo de boa parte da população e só acontece porque não há normas para tamanhos de roupas. Nos Estados Unidos e na Europa, as medidas são padronizadas. Aqui, a indicação de tamanho é aleatória. O P de uma marca equivale ao M da outra, e assim por diante.
O primeiro setor a adotar a nova norma é o de confecção infantil. “Tive de aumentar o comprimento de algumas peças e reduzir o de outras”, diz o empresário Roberto Yokomizo, proprietário da marca YKZ. Ele segue à risca as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que orienta a padronização. Yokomizo ajustou seus moldes aos tamanhos definidos pela ABNT e criou uma etiqueta especial para cada numeração. Nela, coloca medidas como altura, perímetro do tórax e cintura da criança (ilustração abaixo).
O caos da numeração
Os dois extremos das medidas corporais, em roupas teoricamente de mesmo número

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O vestuário masculino deverá ganhar uma regra parecida em fevereiro. A ABNT ainda não definiu as medidas corporais de cada tamanho, mas se sabe que haverá roupas para três tipos físicos: atlético, normal e especial. A Adidas deverá usar a tabela de corpo atlético. A C&A, de normal. E as lojas que fabricam roupas para obesos a tabela de tamanho especial. A divisão já existia informalmente no varejo. “O problema é que cada fábrica criava tamanhos próprios para sua confecção”, diz Maria Adelina Pereira, da ABNT. “Agora, todas terão a tabela para se guiar.”
A tarefa de comprar roupas pela internet poderá ficar mais fácil. “O consumidor ainda não arrisca, porque não confia na numeração”, diz Roberto Chadad, da Associação Brasileira do Vestuário. “Ele não sabe se aquele símbolo estampado na etiqueta vai servir ou não em seu corpo.”
A numeração brasileira para adultos (36, 38, 40...) teve origem na prática de alfaiates franceses do início do século passado. Ela é a expressão, em centímetros, da medida que vai do ombro até a cintura. A referência é útil para a confecção de camisetas, blazers e paletós, mas não serve para calças, bermudas e saias. Sem norma para seguir, as confecções brasileiras ajustaram o manequim ao que imaginavam ser o corpo do cliente. O resultado é uma selva de tamanhos com o mesmo número. Pela dificuldade que apresenta, a padronização de medidas femininas ficou para o final. Espera-se que ela esteja pronta até o fim do ano.
A nova norma não é obrigatória. As confecções podem segui-la ou ignorá-la. Grifes que desenham roupas para magros e altos podem recusar-se a adotá-la. A marca pode alegar que perde a identidade se alargar o perímetro do quadril ou encurtar o comprimento da perna.
Ainda é cedo para saber quais marcas vão ceder à pressão do mercado. Grandes magazines como C&A disseram sim ao novo padrão. Os consumidores ainda não se manifestaram.

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Créditos: revista época

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